5 April 2015

devaneios


ilustrações de Philippe Caza

Ouvir o Alan Watts fez-me pensar. Ensopar-me de ficção científica também.

Watts coloca uma questão aparentemente simples: "Quem és?"

Quem sou eu? A reacção imediata é dizer o nosso nome. Defini-mo-nos do mesmo modo que nos definiram. Mas quem sou eu mesmo? Sou muito mais que um nome, que um rótulo.



Quem sou?
Sou este corpo, esta porção de pele que cobre as minhas entranhas?
Watts aponta que se a razão de nos definirmos como um corpo por este ser base de suporte à nossa existência, não será o ar que respiramos igualmente essencial? 
E as plantas que nos permitem respirar esse mesmo ar? 

Seguindo esta linha de pensamento, facilmente percebemos que tudo no universo é necessário para a continuação da vida.



Watts dá um exemplo bastante claro desta filosofia: Se observarmos uma flor, podemos pensar nela como apenas um elemento só. Mal nos apercebemos que aquela flor não existe numa folha em branco, ela está inserida num contexto. Por exemplo um campo de flores, onde outras espécies estão inseridas. Onde existe sol, água...
Ela não pode existir numa folha em branco, nem nós. Nós fazemos parte do universo, nós somos o universo.


Também a ficção científica me fez questionar a existência e as inúmeras possibilidades que desconheço. Fez-me recordar algo que se tornara quase extinto em mim. 
Com a agitação do quotidiano tornei-me mais pequena, na essência do ser. Agora com uma ligeira pausa, um travão à correria constante do mundo "evoluído", foi-me possível reflectir, conhecer mais, e também muito importante, desprender o ego.


4 comments:

Diana said...

Eu acho este tipo de temas tão interessantes, e as imagens escolhidas combinam muito bem! :)

Del. said...

também gostei muito da escolha das imagens para essa postagem. e fiquei curiosa para saber mais sobre o Alan Watts.

Maria Galvão de Sousa said...

Joana, obrigada!
Eu é que fico sem palavras, devorei cada frase deste post e fez-me pensar.
Adoro o teu blog porque se destaca no meio dos demais. Continua o bom trabalho :)

fie said...

Obrigada, Joana! Adorei este post, muito bom mesmo. E já li os teus posts todos por isso i guess que já somos duas a ser creepy, não há que ter vergonha ahah